O acidente que, no início do mês de setembro, envolveu um helicóptero que descolou “inesperadamente” do Centro de Meios Aéreos da Pampilhosa da Serra e caiu logo de seguida, terá sido causado por um erro do piloto. Segundo um relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso, esta quarta-feira, o piloto terá pensado que estava a operar um modelo diferente daquele que realmente pilotava.
O GPIAAF refere que, “de acordo com as declarações do piloto e pela recreação do cenário simulado”, o piloto terá acionado o modo de voo com uma ação semelhante à que é necessária no “modelo AS350 B3 com motor Arriel 2B1”, que não corresponde ao motor 2B do helicóptero em questão.
O relatório indica que os procedimentos pré-voo de arranque do motor e seleção de potência de descolagem ou voo são “uma das principais diferenças entre as versões das aeronaves (2B E 2B1)”.
“O fator prontidão e o foco no cumprimentos dos tempos contratuais na preparação e saída para missão” terão sido apontadas pelo gabinete como razões para explicar o comportamento do piloto, que se preparava para pilotar no âmbito de combate a um incêndio.
O piloto ter-se-á apercebido da situação no início do voo, quando não teve a reação esperada do veículo. Apesar de o piloto estar devidamente autorizado a realizar o voo, o documento também salienta que o piloto não teria experiência naquele tipo de veículo, já que não pilotava aquele modelo desde julho de 2019, “tendo no total voado em Portugal menos de nove horas em aeronaves” com aquele configuração de motor.