Medidas impostas pela APA para a construção do aeroporto no Montijo deixam ANA surpreendida e apreensiva

Algumas das medidas propostas na DIA referem que serão proibidos voos entre a meia-noite e as seis da manhã e o pagamento de uma taxa de 4,5 euros por cada movimento aéreo para um fundo ambiental.

A ANA – Aeroportos de Portugal já reagiu à luz verde da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre a construção do aeroporto no Montijo, onde foram referidas 200 exigências para que o projeto avance, que obrigam ao investimento de 48 milhões de euros.

Através de um comunicado enviado às redações, a ANA diz ter recebido as 200 medidas propostas na Declaração de Impacto Ambiental (DIA), emitida pela APA com “surpresa e apreensão”.

"A DIA é favorável condicionada, viabilizando assim o projeto na vertente ambiental. A DIA inclui um pacote de medidas de minimização e compensação ambiental que ascende a cerca de 48 milhões de euros", pode ler-se no comunicado da APA, partilhado esta quarta-feira.

 A ANA admite que vai avaliar "detalhadamente" essas mesmas condições, bem como a sua "exequibilidade, equilíbrio e benefício ambiental".

A APA sublinhou no DIA que é importante compreender que a zona do Estuário do Tejo é uma zona sensível para a construção de uma infraestrutura como um aeroporto e refere que é a "zona húmida portuguesa mais importante para as aves aquáticas e um local chave para as aves migratórias na rota do Atlântico Este".

Algumas das medidas propostas na DIA referem que serão proibidos voos entre a meia-noite e as seis da manhã e o pagamento de uma taxa de 4,5 euros por cada movimento aéreo para um fundo ambiental. A APA defende ainda um fundo monetário, que deve ser no mínimo de 7,2 milhões de euros, para financiar medidas como terrenos agrícolas, intervenções de requalificação e recuperação de habitats.

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