A Polícia Federal do Brasil anunciou ter capturado Saifullah al Mamun, considerado o maior traficante de pessoas do mundo. Natural do Bangladesh, al Manun foi um dos oito detidos na passada quinta-feira no Brás, região central de São Paulo, numa operação contra o tráfico de migrantes.
Al Mamun estava na lista negra da Interpol e a sua prisão foi decretada nos Estados Unidos durante a última semana, por suspeitas de liderar um esquema ilegal para transportar pessoas sul-asiáticas para a América do Norte, passando pelo Brasil – pela rota, cobrava cerca de 10 mil euros a cada pessoa. Às autoridades americanas, os migrantes, na sua maioria provenientes de países como Afeganistão, Bangladesh, Índia e Paquistão, contaram que entraram no Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, com passaportes e documentos falsos fornecidos por Mamun.
De acordo com a Polícia Federal, os traficantes mantinham contacto com taxistas por aplicações como o WhatsApp ou o Messenger e mandavam fotografias dos migrantes para que os motoristas pudessem reconhecê-los à chegada e levá-los até à fronteira do Brasil com o Peru. A seguir, faziam um trajeto que os levava a atravessar Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala e México.
As investigações que levaram à detenção agora realizada iniciaram-se em maio de 2018, após uma denúncia anónima à Polícia Federal brasileira, que contou com a cooperação da agência americana para imigração ("US Immigration and Customs Enforcement"). A operação, batizada "Estação Brás" no Brasil, decorreu simultaneamente em 20 países.