Presidente do Instituto de Apoio à Criança defende “maior inclusão” dos sem-abrigo

Dulce Neto deixa o alerta para “a necessidade de uma reflexão humanizada sobre as vulnerabilidades das pessoas em situação de sem-abrigo”.

A presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC) defendeu que a criança que foi encontrada num caixote do lixo, esta terça-feira, e que, entretanto, já se encontra com um quadro clínico estabilizado, deve ser encaminhada para adoção e entregue a uma família que o ame, saiba cuidar dele e “não coloque a criança novamente em perigo”.

Em declarações à agência Lusa, Dulce Neto entende, no entanto, que o crime em causa é “exposição ao abandono” e não uma tentativa de homicídio. “Não há indícios”, como lesões ou sinais de asfixia que, no entender da presidente, apontem para que a jovem de 22 anos, que, na sexta-feira foi presente a tribunal e se encontra em prisão preventiva, à espera de julgamento, tenha tentado matar a criança. “Esta mãe está muito sozinha, muito desesperada, sem apoio familiar”, acrescenta.

A presidente defende ainda que a jovem de 22 anos “não está em condições de cuidar do bebé e a sua família também não cuidou desta mãe”. Por isso, Dulce Rocha pede uma maior “cooperação institucional” na sinalização, acompanhamento e resolução de casos envolvendo pessoas sem-abrigo.

De acordo com a Polícia Judiciária, a jovem de 22 anos terá agido sozinha, nunca tendo revelado a gravidez a ninguém. O parto aconteceu na rua e o bebé terá sido encontrado ainda com os restos do cordão umbilical.

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