Bruno de Carvalho pediu ao tribunal a reconstituição da invasão à Academia do Sporting e listou 22 testemunhas. Segundo a agência Lusa, a informação foi enviada pelo advogado do ex-presidente do Sporting, ao coletivo de juízes que, na segunda-feira, vão começar a julgar as 44 pessoas que foram constituídas arguidas no caso, que decorreu a 15 de maio de 2018, e no qual está incluído Bruno de Carvalho.
O coletivo de juízes, presidido por Sílvia Pires, recusou enviar as perguntas colocadas pela defesa de Bruno de Carvalho a Marcelo Rebelo de Sousa e Eduardo Ferro Rodrigues, dois dos nomes que faziam parte da lista elaborada.
O não envio foi justificado pelo facto de “as questões formuladas pelo ora arguido não têm qualquer relevância para o apuramento dos factos constantes da pronúncia, sobre os quais, segundo o teor das próprias questões, as referidas testemunhas não têm conhecimento direto, versando sim sobre aspetos alheios ao presente processo”.
Miguel Fonseca pediu recurso desta decisão, segundo a agência Lusa, acrescentando ainda que Bruno de Carvalho vai falar em julgamento mas, “em princípio”, só no fim da sessão.
As restantes 20 testemunhas – das quais fazem parte o presidente do FCP, Pinto da Costa, o antigo presidente do Sporting Sousa Cintra, e ex e atuais atletas do clube nas modalidades de hóquei em patins, voleibol, andebol e judo – foram admitidas pelo coletivo de juízes.
A reconstituição pedida pela defesa é, na opinião de Miguel Fonseca, um elemento essencial de prova. No documento de 72 páginas pode ler-se que a reconstituição em questão serve para “apurar quem terá feito exatamente o quê”.
O julgamento irá realizar-se, “por questões de logística e segurança”, no Tribunal de Monsanto, apesar de pertencer ao tribunal de Almada.
Recorde-se que Bruno de Carvalho está acusado de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e 38 crimes de sequestro. Todos os 97 crimes de que Bruno de Carvalho está acusado e pronunciado, como autor moral, estão classificados como terrorismo. O líder da claque Juventude Leonina, Nuno Mendes, mais conhecido por Mustafá e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação de adeptos estão acusados dos mesmos 97 crimes. Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravada e Mustafá por um crime de tráfico de estupefacientes.