Foram seis anos de desespero na ilha Manus, Austrália. O jornalista curdo Behrouz Boochani, refugiado famoso por ter escrito um livro pelo whatsapp onde contava a vida no centro detenção em que esteve preso, foi libertado e aterrou, esta quinta-feira, na Nova Zelândia.
A ilha Manus é um território da Papua Nova Guiné, mas é também a casa de um centro de refugiados australiano. Boochani era um ativista pela independência do Curdistão e fugiu para a Papua Nova Guiné para fugir da perseguição de que foi alvo."Nunca mais voltarei para aquele lugar", disse Boochani ao Guardian, pouco depois de ter abandonado o país. "Só quero ser livre deste sistema, do processo. Só quero estar num lugar onde eu seja uma pessoa, não somente um número, não um rótulo "refugiado".
Boochani tornou-se na voz dos refugiados do centro de detenção australiano e um ativista pelos direitos daqueles que se encontram detidos pela Austrália, escrevendo extensivamente para o Guardian sobre o que se passava em Manus – ganhou inclusive o maior prémio literário australiano pelo livro que escreveu, o No Friends But the Mountains.