Rosa Grilo acusou, esta terça-feira, os inspetores da Polícia Judiciária de perseguição e de não seguirem outras linhas de investigação, acusação que foi desconsiderada pela juíza já que, segundo o processo, a PJ terá investigado outros cenários. Durante a 11.ª sessão de julgamento, a arguida, que está a ser julgada pelo homicídio do marido, Luís Grilo, prestou declarações durante mais de três horas.
A arguida acusou ainda os inspetores de “agarrar em dois idiotas que estavam a jeito”, referindo-se a si e ao seu amante, António Joaquim, que também foi constituído arguido no crime. Ao coletivo de juízes, presidido por Ana Clara Batista, perguntou por que razão a PJ não questionou “a pessoa com quem” o atleta Luís Grilo “matinha uma relação íntima”, facto que, segundo a arguida, as autoridades tinham tido conhecimento através das mensagens no telemóvel do marido.
Rosa Grilo sublinhou que é “inocente da morte do marido”, admitindo que sente culpa e vergonha por não ter tido “coragem” para denunciar às autoridades que o atleta foi morto por “três indivíduos”, devido aos negócios de diamantes, cenário que foi investigado e descartado pela PJ.
Na primeira sessão do julgamento, Rosa Grilo terá dito que conhecia apenas dois dos seis seguros feitos pelo marido. Em tribunal, na sessão realizada a 15 de outubro, o agente que celebrou os seguros desmentiu esta hipótese, alegando que a arguida conhecia as seis apólices, incluindo valores, condições e coberturas. Confrontada com estas declarações, Rosa Grilo acusou, esta terça-feira, a testemunha de estar a mentir.
António Joaquim não quis prestar declarações, mantendo tudo o que disse quando foi interrogado pelo coletivo de juízes.
Recorde-se que o cadáver de Luís Grilo foi encontrado no dia de 15 de julho de 2018, mais de um mês depois de ter desaparecido, com sinais de violência e em avançado estado de decomposição, em Benavila, no distrito de Portalegre, a 160 quilómetros de casa.