A manifestação dos militares da GNR e dos agentes da PSP tem início hoje às 13h no Marquês de Pombal, tendo os manifestantes como destino final a Assembleia da República. Ontem as autoridades avisaram os lisboetas para os constrangimentos que o protesto dos polícias vai provocar. “Após o início do desfile em direção à Assembleia da República, as artérias adjacentes sofrerão um forte condicionamento de trânsito, havendo cortes momentâneos nas ruas que convergem com o percurso da manifestação e corte total da Avenida Dom Carlos I, a partir da calçada Marquês de Abrantes, aquando do início do desfile”, referiu ontem em comunicado o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
Esta manifestação foi organizada pela Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) e pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) e tem como objetivo chamar a atenção para os salários e as condições de trabalho e reivindicar valorizações de carreira. As duas associações sindicais acreditam que fruto do descontentamento possam aderir ao protesto mais de dez mil profissionais.
Como o i noticiou ontem, existe algum receio com este protesto, sobretudo pela possibilidade de se assistir a um aproveitamento por parte do Movimento Zero, um movimento inorgânico criado em maio nas redes sociais, e do qual não se conhecem os líderes.
Ontem a PSP já isolou a zona da Assembleia da República, com recurso a barreiras de metal e blocos de betão, vedando assim a entrada na escadaria principal.
Recorde-se que, nos últimos dias, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, reuniu com os sindicatos mas estes decidiram manter o protesto. O gabinete de Eduardo Cabrita fez saber que está a ser preparada, “em diálogo com os sindicatos e as associações profissionais, a nova Lei de Programação das Infraestruturas e Equipamentos para as Forças e Serviços de Segurança do MAI, para o período pós-2021, dando continuidade ao diploma que, desde 2017, permitiu instituir um novo modelo de gestão estrutural e plurianual de investimentos a realizar nas várias valências operacionais”. E propõe ainda um programa plurianual de admissões e a revisão dos suplementos remuneratórios. Esta semana, o governante recusou ainda que os protestos fossem contra o programa do Governo e salientou o direito à greve.