“Não foi fácil ser mãe. Depois descobri que tinha um problema congénito”

“Há uma dose de culpa muito grande porque achas que foste tu”. Atriz contou que sofreu dois abortos.

Inês Castel-Branco foi uma das convidadas de Júlia Pinheiro, na SIC, esta terça-feira. A atriz acabou por falar sobre o seu filho, Simão, e ainda sobre o fim da sua relação com o pai do menino, Filipe Pinto Soares, com quem esteve nove anos.

A artista relembra que sempre quis ser mãe, mas acabou por confessar que teve algumas dificuldades em engravidar.

“Foi a única coisa que me lembro de querer desde pequenina (…) Fui babysitter de todos os bebés da minha família e de todos os filhos de amigos dos meus pais… sempre tive jeito com bebés e queria ter seis bebés. Tenho um que é espetacular”, começou por dizer.

“Não foi fácil ser mãe, eu demorei algum tempo para conseguir ter o Simão. Desde o momento em que decidi que ia tentar ser mãe até ao Simão nascer passaram muitos anos e tive duas gravidezes que não correram muito bem. Depois descobri que tinha um problema congénito e fui operada e depois veio o Simão, finalmente”, revelou, admitindo que nunca tinha falado do assunto para proteger o ex-companheiro.

Inês recordou ainda a forma como se sentia culpada pela dificuldade em ter filhos.

“Há uma dose de culpa muito grande porque achas que foste tu, que foi por causa do desporto que fizeste, o cigarro que fumaste, o copo de vinho que bebeste… É duro passar por isto”, confessou, relembrando ainda como não gostou de estar grávida.

“Nos primeiros três meses achei sempre que o ia perder, depois os outros a seguir o único sentimento que tive foi uma fome desgraçada. Não estava muito feliz, achei que ia ser mais feliz a minha gravidez. Comi muito e engordei muito, 33 quilos. Quanto mais engordava mais infeliz ficava.  Mas no segundo em que ele nasceu tudo mudo. Já nada é triste, estás gorda, não faz mal”, afirmou, desdobrando-se em elogios ao filho, atualmente com nove anos, que caracteriza como “carinhoso” e “espetacular”.

Já sobre o fim da relação com o pai do filho, a atriz admite que as dificuldades em engravidar também pesaram na decisão.

“Teve a ver com muitas coisas, mas é óbvio que isso marca [as dificuldades em engravidar]. E depois, quando finalmente consegues ter um filho, o que isso nos afasta, a atenção… De repente tenho ali o que sempre sonhei e ele [Filipe] passa um bocadinho para outro sítio”, disse.

A atriz diz ainda que gostava de ter mais filhos, mas reconhece que com o passar do tempo esse desejo fica “mais distante”.

 “Adorava dar-lhe um irmão ou uma irmã. Acho que viver sem irmãos é uma seca. É o meu grande desgosto em relação a ele, não lhe ter dado um irmão. Mas como o pai também pode dar, ainda pode ter irmãos”, rematou.