A Câmara de Leiria anunciou que queria realizar um debate a nível nacional acerca dos bairros sociais. A decisão foi discutida durante uma reunião da autarquia, na qual foi abordada a contestação em torno do muro que a câmara mandou construir no bairro da Integração.
O presidente da câmara, Gonçalo Lopes, condenou de “forma veemente as alegações de segregação de que o município tem sido alvo”, depois de ter construído um muro à volta desse bairro social, com uma extensão de 97,8 metros, que, segundo o jornal Público corresponde a 30% do perímetro do bairro social da Integração.
Os deputados do PSD e do Bloco de Esquerda já pediram esclarecimentos ao governo e autarquia acerca da construção do muro, que segundo Gonçalo Lopes serve para “dignificar as condições de vida dos moradores” já que as habitações se estavam a degradar.
A construção do muro teve um investimento superior a meio milhão de euros. O autarca do PS fez questão de frisar, durante a reunião, que o muro estabeleça qualquer tipo de separação e que esta questão está a denegrir a imagem da câmara e dos leirienses. Os moradores já disseram, no entanto, que o muro de dois metros os faz sentir marginalizados. Em comunicado, publicado no site da Câmara Municipal de Leiria, é explicado que o bairro “apresentava um estado de profunda degradação, com telhados em fibrocimento, oferecendo agora ótimas e dignas condições de vida aos moradores” e que o “muro não isola pessoas”, já que o muro apenas existe “numa lateral” e o bairro se encontra rodeado de “terreno baldio florestal”.
“Antes da nossa intervenção, o Bairro da Integração era um autêntico “bairro da lata” que ninguém no país se preocupou em visitar para conhecer as condições desumanas em que as pessoas ali viviam”, acrescentou na reunião, segundo o comunicado enviado.
Na página de Facebook da Câmara Municipal de Leiria foi ainda publicado um vídeo onde a autarquia mostra o antes e o depois da obra.