Luis Enrique sobre Robert Moreno: “É desleal. A ambição excessiva não é uma virtude”

Técnico está de regresso ao futebol e falou ainda da morte da filha. 

Esta quarta-feira, dia em que voltou a assumir as funções de selecionador espanhol, Luis Enrique quebrou o silêncio sobre a saída de Robert Moreno da equipa técnica e garantiu que “foi o único responsável” pela mesma. O treiinador acusou mesmo o seu antecessor de “excesso de ambição”.

"O único responsável por Robert Moreno não estar na minha equipa de trabalho sou eu. Não é o presidente Molina. Sabem que gosto de evitar polémicas, mas vejo-me obrigado a dar explicações. A 12 de setembro, numa reunião que durou cerca de 20 minutos, Robert disse-me que queria continuar como treinador até ao Campeonato da Europa e depois sim, ser o meu adjunto novamente. Entendo que é ambicioso, que é um sonho ser treinador, mas para mim é desleal. A ambição excessiva não é uma virtude, mas um grande defeito. Entendo a decisão, mas não a partilho", explicou em conferência de imprensa.

"Estou muito empolgado por começar e quero conversar com os jogadores e transmitir-lhes os meus valores. A equipa será a mesma. É certo que 2019 não foi um bom ano para mim. Gostaria de parar de 'remexer no lixo' e espero ansiosamente, restabelecer a confiança do presidente e de Molina com trabalho e resultados", acrescentou.

Recorde-se que Luis Enrique regressou à seleção espanhola depois da ausência devido à morte da filha. Robert Moreno, que era seu adjunto, assumiu o comando técnico da equipa de forma interina durante a fase de qualificação do Euro2020. Agora, deixou os espanhóis em definitivo.

Já sobre a morte da filha, Luis Enrique confessou que a “força” da família foi essencial para superar a morte da filha, Xana.

"É curioso que todos sabemos que vamos perder entes queridos ao longo da nossa vida, mas há vários tabus à volta deste tema", disse.

"Da morte lemos muitas coisas sobre o que é a dor e o que significa este tipo de situações que por desgraça todos vamos viver. Não há uma fórmula matemática e cada um a enfrenta de maneira distinta, há pessoas que não querem trabalhar nunca mais, há pessoas que querem trabalhar no dia seguinte, que preferem recordar a pessoa dia a dia e outros não. Nós estamos a tratar disto como um processo natural. Sinto-me orgulhoso pela força da minha família", rematou.