Stefanos Tsitsipas tornou-se no primeiro jogador a vencer um torneio do ATP Tour em Portugal e a conquistar o Masters no mesmo ano.
Fora deste recorde está, obviamente, Guga Kuerten que ganhou o Masters de Lisboa em 2000.
Já houve jogadores a imporem-se em Portugal e no ‘Torneio dos Mestres’, mas em anos diferentes.
Alex Corretja venceu Estoril Open em 1997 e o Masters em 1998.
David Nalbandian foi campeão do Estoril Open em 2002 e 2006, e do Masters em 2005.
Nikolay Davydenko foi campeão do Estoril Open em 2003 e do Masters em 2009.
Novak Djokovic foi campeão do Estoril Open em 2007 e do Masters em 2008, 2012, 2013, 2014 e 2015.
Roger Federer foi campeão do Estoril Open em 2008 e do Masters em 2003, 2004, 2006, 2007, 2010 e 2011.
E agora, em 2019, Tsitsipas triunfou no Millennium Estoril Open (MEO) e nas Nitto ATP Finals em Londres.
O Open de Portugal (1983) e o Maia Open (1995 e 1995) foram as únicas provas portuguesas do circuito principal a não terem consagrado um ‘mestre dos mestres’.
É no mínimo, curioso que isso tenha acontecido exatamente com o MEO, um torneio que tem apostado na juventude, na nova geração e não tanto nas maiores figuras da atualidade, ao contrário do que sucedeu no Open de Portugal e no Estoril Open/Portugal Open de João Lagos.
João Zilhão, o diretor do MEO, está naturalmente radiante, tal como os seus sócios na 3Love.
O ‘seu’ torneio leva cinco edições e apresenta como campeões Richard Gasquet, Nico Almagro, Pablo Carreño, João Sousa e Stef Tsitsipas, ou seja, quatro jogadores que já fizeram parte da elite do top-10 mundial e o melhor tenista português de todos os tempos. Um luxo.
Se pensarmos que o Estoril Open/Portugal Open do Jamor apresentava orçamentos médios de cinco milhões de euros, enquanto o MEO tem-se ficado por uma média de 3,5 milhões, chegaremos à conclusão que João Zilhão tem sabido cozinhar as suas omeletas com poucos ovos e apresentar menus apetitosos.
O diretor do MEO contou-nos que Tsitsipas foi extremamente difícil de contratar para a edição de 2019, porque o seu valor de marcado disparou depois de ganhar as Finais da NextGen em novembro de 2018 e de ter chegado às meias-finais do Open da Austrália em janeiro de 2019.
Não me parece, por isso, que lhe seja possível contar de novo com ‘El Greco’ no Clube de Ténis do Estoril em 2020.
Será preciso tirar outro coelho da cartola, mas durante uma semana, em Londres, falou-se imenso do MEO, o prestígio e o valor da prova subiram em flecha e um dia diremos que não só um top-10, mas sobretudo um n.º 1 mundial venceu no Estoril.