Mais de 200 migrantes, entre os quais 14 crianças, foram resgatados esta sexta-feira ao largo da cidade de Zaouia, a cerca de 45 quilómetros a oeste da capital da Líbia, Tripoli. De acordo com a Marinha líbia, as 205 pessoas (158 homens, 33 mulheres e 14 crianças) estavam a bordo de três botes pneumáticos e tentavam alcançar o território europeu.
Os migrantes, na sua grande maioria oriundos de países africanos como Mali ou Costa do Marfim, foram transferidos durante a noite de sexta-feira para sábado para al-Hamediya, perto do porto de Tajoura (nos subúrbios a leste de Tripoli). Numa primeira fase, serão acolhidos por organizações não-governamentais (ONG) presentes no território líbio, e que fornecem primeiros cuidados médicos e alimentação; posteriormente, acabarão por ser colocados em centros de detenção – locais sobrelotados, de condições precárias e sem liberdade de movimento, segundo as críticas habituais das ONG.
Após a morte de Muhamar Kadhafi, em 2011, a Líbia tornou-se um país apetecível para as redes de tráfico de migrantes e de situações como sequestro, tortura e violações para com as centenas de milhares de migrantes que tentam fugir de conflitos e da instabilidade existentes noutras regiões de África e do Médio Oriente e tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo. De acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), milhares de migrantes estão atualmente retidos na Líbia em condições deploráveis e a situação destas pessoas tornou-se ainda mais crítica desde abril passado, depois do início de um conflito armado a sul de Tripoli – que já terá causado mais de mil mortos e 120 mil deslocados.