Raul José, antigo treinador adjunto do Sporting, foi, esta quarta-feira, ouvido na nona sessão do julgamento do ataque à academia do Sporting e disse ao coletivo de juízes que viveu “quatro ou cinco minutos de terror” e pensou que “não iriam sobreviver”.
O antigo treinador adjunto descreveu o momento da invasão à academia como um “cenário difícil de descrever” e disse ter visto a “chegada de um primeiro grupo de indivíduos”. Esse grupo lançou “tochas, havia fumo, agrediram três, quatro jogadores e gerou-se um clima de pânico e de terror”, disse Raul José.
A invasão à academia do clube leonino aconteceu a 15 de maio e Raul José contou que no dia anterior a equipa técnica – Jorge Jesus, Raul José, Miguel Quaresma e Márcio Sampaio – esteve numa reunião, no estádio José Alvalade, com Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, Rui Caeiro e Carlos Vieira, administradores da SAD na altura. Raul José saiu desse encontro “com a noção de que já não eram os treinadores”, já que Bruno de Carvalho disse que “era o fim da linha”.
Ainda nessa reunião, segundo Raul José, o antigo presidente do Sporting “sugeriu” mudar a hora do treino para que o departamento jurídico tivesse tempo para emitir e notificar os quatro elementos da equipa técnica da nota de culpa.
Também Miguel Quaresma, da equipa técnica, foi ouvido, esta quarta-feira, no Tribunal de Monsanto, e contou ao coletivo de juízes que Bruno de Carvalho disse “o melhor” era a equipa técnica “ir à academia” dar o treino, devido ao atraso do departamento jurídico.
Na quinta-feira é a vez de Bruno de Carvalho responder às perguntas do coletivo de juízes presidido por Sílvia Pires.