Os oito migrantes, que esta quarta-feira, desembarcaram numa praia de Monte Gordo, no Algarve, já se encontram em Lisboa. Na última quinta-feira, antes de deixarem a região sul, os oito jovens marroquinos revelaram como foram os quatro dias que passaram no mar.
Em declarações ao Jornal do Algarve, os jovens contaram que saíram de El Jadida no passado domingo. Para a viagem, levaram cinco quilos de ameijoas cruas, 10 quilos de frutas e 10 litros de água. Quando na quarta-feira chegaram à praia dos Pescadores de Monte Gordo, os jovens, que falam praticamente apenas árabe, confessaram que tinham muta fome e frio.
“Para ser sincero, vimos a morte de frente”, disse Amin Sehaba, de 21 anos, referindo que foram 55 horas de travessia.
Os motivos para deixarem o seu país de origem são vários e em Portugal vêm a oportunidade de “trabalhar arduamente”.
“Para ser honesto, Marrocos não é bonito, não há trabalho, não há estudos, educação, nem direitos humanos, nem direitos da criança. O pior é que não há trabalho (…) Viemos honestamente a Portugal para trabalhar arduamente. Marrocos não tem emprego bom, com direitos”, acrescentou, admitindo ainda que o destino da viagem era o sul de Espanha. No entanto, Portugal parece “um país bonito para viver”.
Ao mesmo jornal, os migrantes contaram ainda que viviam em aldeias próximas da cidade de El Jadida e que se conheceram na escola.
Segundo a SIC Notícias, os jovens encontram-se alojados num hostel, em Lisboa,que tem protocolo com o Centro Português de Refugiados, à exceção de um deles, menor de idade, de 16 anos, que ficou num centro de acolhimento para refugiados menores, na Bela Vista.
O SEF tem agora 90 dias para decidir se autoriza o pedido de proteção internacional.