O material de filmagens de dois repórteres da RTP foi apreendido esta quarta-feira pelas autoridades locais quando os profissionais chegaram a Macau. A notícia foi avançada esta sexta-feira pela Rádio Macau, que deu conta dos interrogatórios feitos aos dois repórteres.
Na quarta-feira, os dois profissionais da RTP ficaram retidos logo à chegada a Macau e foram interrogados pelas autoridades durante quatro horas.
No interrogatório, foram obrigados a mostrar a documentação da alfândega portuguesa que continha lista do material que transportavam desde Portugal, tendo sido apreendido o equipamento para transmissão de diretos.
Depois disso, a equipa da RTP esteve em Hong Kong e, quando estava no terminal marítimo para regressar a Macau, foi novamente interrogada pelas autoridades. Segundo a Rádio Macau, o interrogatório durou poucos minutos e tiveram de justificar a razão pela qual estavam a ir para Macau, dizer onde estavam hospedados e para quem trabalhavam. Já em Macau, os dois repórteres foram novamente interrogados e encaminhados para uma sala, onde estiveram durante uma hora e meia.
Nesse terceiro interrogatório, as malas foram revistadas e foi pedido a um dos membros da equipa da RTP que fosse entregue o seu telemóvel – o que foi negado por se tratar de um objeto pessoal.
As autoridades de Macau justificaram o que aconteceu com a comemoração dos 20 anos da transferência de soberania de Macau e que os interrogatórios faziam parte de um controlo aleatório. À Rádio Macau, o gabinete de segurança explicou que o equipamento foi apreendido por não ter sido declarado e que o mesmo foi devolvido esta sexta-feira durante a tarde. Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau foi chamado a intervir e referiu à mesma rádio que intercedeu junto das autoridades.