A fase de instrução do caso de Tancos, que está acusado o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, começa a 8 de janeiro, e vai ser dirigida pelo juiz Carlos Alexandre.
O ex-ministro, que se demitiu, afirmando que pretendia evitar que as Forças Armadas fossem “desgastadas pelo ataque político”, vai ser interrogado pelo juiz de instrução criminal a 3 de fevereiro. Carlos Alexandre terá emitido um despacho onde solicita primeiro que o primeiro-ministro, António Costa, seja ouvido em tribunal como testemunha do seu antigo ministro da Defesa.
A complexidade da matéria e a eventual necessidade de confrontação das pessoas com a prova documental dos autos do processo relativo ao furto e descoberta das armas de guerra de Tancos levou o juiz a enviar um pedido de autorização ao Conselho de Estado para prestação de depoimento presencial de António Costa.
Este pedido prende-se com o facto de Azeredo Lopes ter solicitado que o primeiro-ministro fosse ouvido na fase de instrução como testemunha – a este pedido junta-se o almirante Silva Ribeiro, chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), o ex-CMGFA António Pina Monteiro, o embaixador de Portugal na NATO, Almeida Sampaio e o tenente-general Antónios Martins Pereira.
A fase de instrução terá início com a inquirição dos arguidos Valter Abreu e Jaime Martins Oliveira, acusados de furto de armas de guerra em Tancos. A instrução terminará os interrogatórios a 13 de fevereiro, com o interrogatório a Gabriel Matos Moreira, também acusado de crime de furto e que se encontra em prisão preventiva.
Está ainda programada para 14 de janeiro audição do antigo diretor da Polícia Judiciária Militar Luís Vieira e para 10 de fevereiro a audição do ex-porta-voz desta polícia, Vasco Brazão.
Recorde-se que no caso de Tancos 23 pessoas foram constituídas como arguidas e estão em causa um conjunto de crimes que inclui terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poderes e receptação.