O governo holandês decidiu adotar a designação Países Baixos e deixar de lado o nome Holanda, que, geograficamente, apenas corresponde à região norte do país. A alteração, anunciada em novembro do ano passado, tem como objetivo desviar a atenção internacional de vários aspetos aos quais o país está ligado, como, por exemplo, o Red Light District, em Amesterdão, e à cultura do uso recreativo de drogas.
Para avançar com a mudança foi preciso chegar acordo com o setor empresarial, assim como com o conselho do turismo. O país vai aproveitar o facto de ser o anfitrião, em maio, do Festival da Eurovisão para utilizar a nova denominação. A Holanda vai deixar de entrar no festival, e os Países Baixos sobem ao palco em Roterdão. Não é só a seleção nacional que vai vestir esta camisola, e também os atletas dos Jogos Olímpicos vão este verão ser representados com um novo nome.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros explicou, ao Guardian, que esta articulação entre o Governo, turismo e o setor empresarial não é mais do que uma modernização quepretende “apresentar os Países Baixos como um país aberto, criativo e inclusivo”.
Deste rebranding também faz parte a mudança do logótipo oficial. Apesar de o laranja continuar a ser a cor utilizada, a nova imagem substitui a palavra “Holland” pelas letras “NL”. O governo holandês esclareceu ainda que “o novo logótipo pode ser utilizado em vários setores – da alta tecnologia ao setor agroalimentar ou desde os desportos à cultura”.
Mais do que voltar ao nome oficial do país, ou tratar-se de uma modernização, uma fonte do Governo explicou à agência EFE que esta mudança se prendia com o facto de “ser muito estranho promover no estrangeiro apenas uma parte pequena dos Países Baixos, que é apenas a Holanda”.
A estratégia pretende ainda “colocar um fim ao grande número de visitantes que chegam a Amesterdão em voos low cost, promovendo assum um turismo mais respeitoso e sustentável”, acrescentou a mesma fonte à agência noticiosa.