O rácio de crédito malparado no sistema bancário português registou uma diminuição de 0,6 pontos percentuais no terceiro trimestre do ano passado, para os 7,7%, uma redução de 4120 milhões desde o início do ano. Os valores, revelados ontem pelo Banco de Portugal (BdP), no relatório Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes, revelam ainda que o total de empréstimos dessa categoria no mesmo período, também diminuíram 1,7 mil milhões de euros.
O relatório do banco central disse também que, face ao trimestre anterior, o ativo total do sistema bancário aumentou 0,2%, essencialmente por via dos empréstimos a outras instituições de crédito (OIC) ao subir 9,7% e pelos títulos de dívida detidos (aumento de 0,6%), em particular de sociedades não financeiras. Em sentido inverso, destacou-se a redução, em 5,5%, das disponibilidades em bancos centrais.
Financiamento Já o financiamento obtido junto dos bancos centrais registou uma diminuição de 4,5%, situando-se em 4,7% do ativo em setembro do ano passado. O financiamento líquido interbancário diminuiu 8,8% decorrente do referido aumento dos empréstimos a OIC e da redução de 2,9% dos depósitos de OIC, situando-se em 4,9% do ativo.
Dívida pública recua Também ontem, o Banco de Portugal divulgou que a dívida pública em novembro fixou-se em 251,1 mil milhões de euros. Uma redução de 251 milhões de euros face ao valor de outubro, altura em que a dívida se situava nos 251,4 milhões de euros.
Este recuo da dívida pública explica-se, sobretudo, pelo pagamento antecipado aos credores europeus. Segundo o Banco de Portugal, “para esta diminuição contribuiu essencialmente a redução dos títulos de dívida, a qual foi parcialmente compensada pelo aumento das responsabilidades em depósitos”.
No Orçamento do Estado para 2020, o Governo prevê que o rácio da dívida pública tenha fechado o ano de 2019 em 118,9% do Produto Interno Bruto (PIB), uma revisão mais positiva face aos 120,5% anunciados em setembro. Em 2018, a dívida pública registada foi 122,2% do PIB.