Rui Patrício foi ouvido, esta segunda-feira, durante a 16.ª sessão do julgamento ao ataque à Academia de Alcochete. O antigo guarda-redes do Sporting contou que os invasores entraram no balneário com “uma agressividade muito grande” e admite que teve um sentimento de “não nos matem”.
"Estava no balneário a preparar-me para o treino quando ouvi barulho e apercebo-me de adeptos aos gritos a entrarem pelo balneário, onde estava o plantel quase todo. O Vasco Fernandes, que era o nosso secretário técnico, tentou fechar a porta do balneário, mas não conseguiu. Entraram de cara tapada e começaram logo a agredir. Não falaram com ninguém, começaram logo a agredir. Entraram com uma agressividade muito grande. Vinham com tudo. Eles entraram, não sei se vinham para matar, mas vinham com tudo", afirmou Rui Patrício, que foi ouvido por Skype, citado pela agência Lusa.
O guarda-redes admite que teve um sentimento de “não nos matem” e que os invasores estavam “muito agressivos”.
Dava para perceber que havia muita confusão. Quem foi agredido, não deu para perceber. Havia confusão, havia fumo, havia gritos. Quando entraram no balneário, lançaram tochas. Nós tentávamos acalmá-los, mas eles estavam muito agressivos. Mandaram tirar a camisola, disseram 'vocês são uma vergonha' e vamos matar-vos. Foi um momento de muita tensão", contou.
De acordo com a agência Lusa, o internacional português descreveu que o primeiro elemento do grupo a entrar no balneário desferiu um pontapé em alguém que não se recorda e que, quando tentava separar um dos invasores que estava a agredir William Carvalho, com "socos no peito, juntaram-se mais três ou quatro indivíduos" e agarraram-no e agrediram-no.
Depois disso, foi interpelado por um dos elementos. "'Estás-te a rir? Queres ir embora, eu parto-te a boca toda'", disse.
Rui Patrício diz ainda que depois da invasão viu "Bas Dost a levar pontos na cabeça e o mister Jorge Jesus a sangrar da boca e do nariz".
Já no exterior do balneário, mas ainda na academia, o guarda-redes contou que viu Fernando Mendes, um dos arguidos no processo a falar com o treinador Jorge Jesus e com William Carvalho.
Para além do guarda-redes, que atualmente jogo no Wolverhampton, testemunharam Márcio Sampaio, preparador físico, e o jogador André Pinto.
Para terça-feira está marcada a sessão onde vai ser ouvido Jorge Jesus.
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