Despedimentos da Ryanair em Faro abrangem 75 pessoas

Em setembro, a Ryanair chegou a acordo com a ANA – Aeroportos de Portugal para manter a base em Faro – ainda que mais reduzida – assim como uma parte dos postos de trabalho.

O processo de despedimento na base de Faro da Ryanair abrange 75 tripulantes. Os contratos com a empresa Crewlink terminam amanhã. A informação foi revelada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), revela em comunicado.

Em setembro, a Ryanair chegou a acordo com a ANA – Aeroportos de Portugal para manter a base em Faro – ainda que mais reduzida – assim como uma parte dos postos de trabalho.

De acordo com o sindicato, a base de Faro manter-se-á em funcionamento com 55 tripulantes de cabine, todos dos quadros da Ryanair e que “foram coagidos pela companhia aérea a assinar uma adenda ao seu contrato, em que abdicavam de subsídios e retroativos até novembro de 2018”. Uma situação que, de acordo com a estrutura sindical, "ainda se verifica e em muitos casos levou a maioria a abdicar de toda a sua carreira, pois alguns dos tripulantes já trabalham há mais de 10 anos na Base de Faro. Todos aqueles que não aceitaram estas condições, foram penalizados durante quatro meses com um corte de 80% no seu ordenado, segundo a lei dos contratos intermitentes.

"As razões apresentadas pela companhia para este despedimento coletivo prendem-se com uma restruturação da organização produtiva, atrasos dos aviões Boeing 737 Max e uma diminuição das operações na Base de Faro, situações estas que o SNPVAC sabe não corresponderem à realidade. Adicionalmente, apontam como razões para este desfecho o aumento de custos associados à operação, devido ao Brexit, o preço dos combustíveis e com o pessoal. O SNPVAC recorda que a Ryanair, após vários anos de negociações, aceitou em novembro de 2018, que os trabalhadores em Portugal fossem abrangidos pela lei portuguesa, obrigando a companhia irlandesa a pagar algo tão básico como subsídios de férias, natal e seguros de trabalho. Apesar destas obrigações, a companhia low cost continua sem cumprir esses princípios básicos da lei geral do trabalho em Portugal", acrescenta o mesmo documento.

O SNPVAC diz ainda que tentou, sem sucesso, ao longo de todo este processo, reunir-se com a empresa, a fim de solucionar estes e outros problemas que abrangem todos os tripulantes de cabine baseados em Portugal. "Exemplo disso, foram os diversos despedimentos realizados, sobretudo na Base de Lisboa e incluindo um Delegado Sindical, pois a companhia irlandesa colocou em causa o direito à greve de todos os tripulantes. Nesse sentido, o SNPVAC pediu audiência com todos os grupos parlamentares, ministérios e continua a aguardar a marcação de uma reunião na DGERT – Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho", conclui.