A Força Aérea pagou 54 mil euros à Torres Joalheiros por 200 relógios, num contrato celebrado por ajuste direto, que pretende assinalar os 60 anos da base aérea de Monte Real (Base Aérea 5), em Leiria.
A notícia, avançada pelo jornal Público esta quinta-feira, é confirmada pela referência ao contrato no portal Base, onde estão publicados todos os contratos públicos.
“O encargo total do presente contrato é de 53.800,20 € (cinquenta e três mil e oitocentos euros e vinte cêntimos), sendo de 43.740,00 € (quarenta e três mil, setecentos e quarenta euros) referentes ao valor dos bens e 10.060,20 € (dez mil e sessenta euros e vinte cêntimos), relativo ao valor do IVA”, lê-se no contrato celebrado entra a Força Aérea e a joalharia.
A encomenda, feita no verão de 2019, referia um modelo designado Porthole, de edição exclusiva e com movimento mecânico automático da marca Nautica, segundo o Público, que adiantou também que cada relógio deveria ter numeração, bracelete em silicone e um estojo especial de comemoração da efeméride.
O caso está gerar polémica não só devido à despesa de 54 mil euros em relógio, como ao facto de o contrato ter sido celebrado por ajuste direto e não por concurso público, que obrigaria à consulta de pelo menos três empresas diferentes.
A Força Aérea, questionada pelo Público, desvalorizou o caso, sublinhado que se trata de “obras de arte” e justificando que os relógios poderão ser revendidos aos militares que manifestem essa vontade, cada um por 280 euros. “Todos os relógios criados para o efeito foram sempre todos vendidos", garantiu.