Maëlle, uma jovem de 17 anos, morreu, no passado dia 9 de janeiro, devido ao uso prolongado de tampões menstruais, que levou a uma síndrome de choque tóxico (STC), uma doença rara que pode ser mortal.
O choque surge devido a um raro envenenamento bacteriano provocado pelas toxinas de dois tipos de bactérias, a straphylococcus aureus e a streptococcus pyogenes, presentes na pele, vagina, axilas e fossas nasais do ser humano. Estima-se que esta bactéria seja comum em um terço da população mundial.
Depois de começar a ter sintomas como febre, náuseas e vómitos, Maëlle decidiu ir ao hospital, onde foi diagnosticada com gastroenterite. No dia seguinte, a jovem começou a sentir-se pior, o que levou a mãe a chamar uma ambulância para a levar para o hospital. “Os paramédicos mantiveram o mesmo diagnóstico: uma gastroenterite. E no hospital foi a mesma coisa”, denunciou agora a mãe da jovem, Laurence Hennuy, à televisão belga RTBF.
“A minha filha estava severamente desidratada, foi internada num outro hospital, nos cuidados intensivos. E só nessa altura é que lhe diagnosticaram um choque tóxico. Já era demasiado tarde”, lamentou a mãe de Maëlle.
A doença era conhecida tanto pela mãe como pela filha, no entanto, nunca lhes passou pela cabeça que fosse disso que se tratasse e os médicos não conseguiram diagnosticar o problema a tempo de salvar a jovem françesa. “Tinha falado sobre isto com a Maëlle 15 dias antes de ela morrer. Ela era obcecada por esta doença. Estava muito consciente do problema e tinha medo. Mudava o tampão regularmente, mas dizia-me sempre: ‘Mãe, e se eu me esquecer?’. Disse-lhe que as vítimas de choque tóxico eram casos isolados e que ela não precisava de se preocupar; que eu própria tinha usado tampões durante 20 anos e não tinha tido problemas…”, contou Laurence Hennuy.
Esta não é a primeira vez que esta doença provoca uma vítima mortal. Sara Manitoski, uma adolescente canadiana, morreu devido ao STC, em 2017, com apenas 16 anos. Também Lauren Wasser, em 2012, com apenas 23 anos, teve de amputar uma perna pelo mesmo motivo e em 2018 foi obrigada a amputar a segunda.