O TikTok tornou-se popular nos últimos tempos e foi primeira aplicação chinesa a ser um fenómeno mundial. Com mais de 500 milhões de utilizadores, a plataforma – que consiste numa sucessão interminável de vídeos, na maioria com menos de 15 segundos – parece agora gerar alguma preocupação. Uma especialista em segurança cibernética considerou que a aplicação não é segura para as crianças e que funciona como um íman para pedófilos.
Em declarações ao Daily Mail Australia, Susan McLean, da Cyber Cop, alertou os pais e garante que a plataforma não é segura devido a questões relacionadas com aliciamento, bullying e privacidade.
Para a inscrição na plataforma basta ter 13 anos e todos os utilizadores podem ser contactados por qualquer pessoa, a não ser que tenham o perfil em modo ‘privado’. Contudo, qualquer pessoa pode pedir para ver as suas fotografias, vídeos e até fazer-se passar por outro indivíduo.
"O TikTok não é uma aplicação segura e existem muitas preocupações”, começou por dizer McLean. “Qualquer aplicação que permita comunicação pode ser usada por predadores”, acrescentou.
Segundo a especialista, o TikTok já falhou várias vezes na remoção de contas suspeitas, mesmo depois de a empresa ser alertada sobre a perigosidade das mesmas.
“O TikTok não tem as mesma normas de segurança de algumas das aplicações mais conhecidas e normalmente não remove contas que foram sinalizadas como de um possível predador”, explicou.
“Os pedófilos podem ver as crianças a cantar e a dançar, guardar e partilhar os vídeos. A recolha de dados é uma grande preocupação e, se o governo está preocupado, não é um bom espaço para crianças”, disse ainda a especialista australiana.
Estas declarações surgem depois de uma investigação britânica chegar à conclusão de que crianças estavam a ser aliciadas no TikTok – havia crianças a ser bombardeadas com mensagens explícitas na aplicação.
O TikTok refere que a aplicação pode ser segura para os adolescentes com a orientação adequada dos pais. No entanto, admite que desde que a aplicação se tornou um fenómeno mundial se tornou “perigosa” para os utilizadores mais novos.
Recorde-se que em 2019, a aplicação, que é controlada pela empresa chinesa ByteDance, esteve envolvida em polémicas que envolveram violação de privacidade, influência de conteúdos e interferência política na exibição de vídeos. Um dos processos movidos nos Estados Unidos alegava que o TikTok estava a recolher os dados dos utilizadores sem que estes soubessem e a enviar as informações para servidores na China.
Mas não fica por aqui. Em abril do ano passado, o governo da índia ordenou que a Apple e o Google removessem o TikTok das suas lojas virtuais devido à grande disseminação de material pornográfico e incentivador de pedofilia dentro da plataforma.