O debate em torno da qualidade da gestão em Portugal e sobre a bondade da gestão pública e privada dos serviços de saúde permitiu acentuar a relevância da gestão das organizações, independentemente de pertencerem ao setor público, privado ou ao terceiro setor. Não muito raramente, ouvimos dizer que qualquer pessoa pode assumir funções de gestão, independentemente das qualificações que possua ou não. Este debate permitiu acentuar a importância da qualificação de profissionais para o desempenho de funções de gestão. A gestão consiste, em termos gerais, na interpretação de objetivos propostos e na sua transformação em ação, com o recurso ao planeamento, organização, direção e controlo do esforço realizado em todas as áreas e níveis da organização de forma a atingir as metas propostas.
Na esfera pública, a prossecução de políticas públicas depende, em última instância, da qualidade das instituições. Esta passa pela capacitação da administração pública e por uma melhoria dos processos de decisão. Para o efeito torna-se necessária a profissionalização da gestão, a definição de parâmetros de performance, a focalização nos resultados e o uso eficiente dos meios existentes. A melhoria das instituições redundará numa maior produtividade e qualidade dos serviços públicos.
Na esfera privada, não obstante, da resiliência e capacidade de adaptação reveladas pelos empresários portugueses que permitiram aumentar, significativamente, a capacidade exportadora da economia portuguesa, durante o período de ajustamento, os estudos sugerem uma forte relação entre a qualidade das práticas de gestão e o desempenho económico das empresas, avaliado pelo seu nível de produtividade.
Desta forma, a adoção de novos modelos de gestão, capazes de responder aos novos desafios, implicam, também, a qualificação e requalificação quer dos empresários quer dos gestores portugueses. Estes novos modelos induzem a um incremento da produtividade e, concomitantemente, da competitividade com impactos muito positivos. Os aumentos de produtividade permitem suportar aumentos salariais e a competitividade traduz-se num potencial aumento das exportações.
Assim, seja no domínio da gestão pública ou da gestão privada é fundamental que as organizações integrem nos seus quadros profissionais capazes de dominar conceitos, de desenvolver estratégias e de compreender e dominar os instrumentos de apoio à tomada de decisão necessários ao desempenho das funções de gestor, num contexto caracterizado por rápidas e profundas mutações.
Independentemente da discussão em torno das funções o Estado, a gestão pública ou privada é fundamental para assegurar a competitividade do país e a qualidade de vida dos cidadãos.
*Diretora da Licenciatura em Gestão da Universidade Lusófona do Porto