Andréia Silva, de 23 anos, estava grávida pela segunda vez e tinha decidido que ia entregar o filho a uma instituição devido à falta de condições financeiras. No entanto, esta segunda-feira, a jovem teve um parto “surpresa” em Guarajá, no litoral de São Paulo, no Brasil, e decidiu que queria ficar com a criança.
“Eu não imaginava que estava em trabalho de parto, mas foi muito emocionante ter o meu bebé ali. Tive força para aguentar, então senti que poderia cuidar do meu filho”, começou por contar, em declarações ao G1.
Ajudante de cozinha, Andréia tem um filho de dois anos. Quando ficou grávida decidiu que ia deixar o recém-nascido num abrigo por achar que não ia conseguir cuidar dele.
“Passei por psicóloga, assistente social. Não queria doar meu filho, mas achei que não conseguiria cuidar dele”, desabafou, admitindo que um dia esperava melhorar as suas condições financeiras para voltar a reunir a família.
Esta segunda-feira, a jovem ia para uma consulta de rotina quando começou a sentir dores inesperadas.
“As dores foram muito diferentes, não parecia em nada com minha outra experiência”, contou Andréia, que acabou por ter o filho numa pequena unidade de saúde.
“Fizemos o exame de toque, e já dava para sentir a cabeça do bebé. Tivemos que fazer o parto na hora, com o que tínhamos”,disse Ana Ramos, enfermeira naquela unidade.
“Partos não são feitos nas Unidades de Saúde, mas nossa equipe fez o que era necessário no momento. Conseguir ajudar a mãe a ter o bebé saudável foi uma grande felicidade”, acrescentou, revelando que este foi o primeiro parte realizado naquele local.
No entanto, a decisão de ficar com o bebé traz responsabilidades e a família precisa de ajuda, por isso, a equipa daquela unidade está a receber doações de itens básicos, como fraldas, para ajudar Andréia e o bebé.