O surto do novo coronavírus que surgiu na China pode ter tido origem em morcegos e em cobras, segundo um estudo recente.
Recorde-se que o primeiro foco da infeção, que afeta gravemente as vias respiratórias, foi um mercado de peixe e marisco na cidade de Wuhan, em dezembro passado. No local, eram também vendidos animais vivos, como crocodilos, lobos bebés, salamandras gigantes, ratos, pavões, porcos-espinhos, cobras, etc.
O exame da sequência do genoma terá apontado os morcegos como hospedeiros prováveis. "Os morcegos como o habitat natural do coronavírus de Wuhan seria um raciocínio lógico e conveniente, embora seja provável que exista um intermediário para a transmissão de morcegos para humanos", segundo um estudo publicado terça-feira na revista Science China Life Sciences.
Ora, esse papel de intermediário para os humanos poderá ter sido desempenhado por cobras, à venda no mercado onde teve início o surto, sendo que os morcegos fazem parte da sua alimentação.
Hipótese colocada por um segundo estudo, publicado no Journal of Medical Virology. “Para procurar um potencial reservatório de vírus, realizámos várias análises e fizemos comparações. Os resultados sugerem que as cobras são o reservatório mais provável".
Sublinhe-se que nenhum dos estudos dá a questão como certa, frisando que são necessários testes adicionais para obter respostas mais definitivas, e capazes de ajudar nas políticas de prevenção.
O surto do vírus designado 2019-nCoV já fez 25 vítimas mortais, número atualizado esta quinta-feira, sendo que já há 616 pessoas infetadas, segundo dados das autoridades chinesas, citados pela imprensa internacional.
Há casos confirmados, além de na China Continental, em Macau, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, Tailândia e Estados Unidos.
O número de infeções pode ainda subir, pois o período de incubação do vírus pode estender-se até 14 dias.
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