O Tribunal Nacional espanhol abriu um processo contra a marca Tous por alegada fraude e publicidade enganosa. A marca de luxo está a ser acusada de vender joias banhadas a prata e ouro, mas com o interior preenchido com outros materiais de forma a baixar o custo de produção.
A denúncia foi feita pela Consujoya, uma associação de consumidores, que afirma ter encontrado um material não metálico dentro dos conhecidos pendentes em forma de urso.
O relatório da Guarda Civil, conhecido esta quinta-feira, revela que “o objetivo desta prática é reduzir custos”, algo que as autoridades sublinham ser ilegal, uma vez que o preenchimento de peças de metais preciosos é permitido apenas “em três casos que não correspondem aos estudos”. Em termos legais, este preenchimento pode apenas ser usado para dar estabilidade apenas a vasos, castiçais ou similares.
Quando interrogado, esta quarta-feira de manhã, José Maria Bosch, diretor-geral da Tous, reconheceu perante o tribunal que “as peças de prata da marca são preenchidas com um material semelhante ao metacrilato”, que é um componente acríclico, que o dirigente fez questão de acrescentar ser uma técnica permitida por lei.
A advogada da associação Consujoya, que denunciou a situação, garantiu ainda que a empresa “não foi capaz de negar as provas”. "Digam que é revestido ou tem revestimento de ouro ou prata, mas não o vendam pelo preço de ouro ou prata quando não for", reforçou.
A empresa vai responder pelos crimes de publicidade enganosa, fraude continuada, falsificação de documentos e corrupção, tendo, no entanto, apresentado recurso.