Chamavam-lhe ‘Black Mamba’, alcunha adotada pelo próprio quando em 2003 acusações de abuso sexual levantadas contra ele quase arruinaram a sua carreira. Levantou o troféu de campeão da NBA por cinco vezes, sempre pelos Los Angeles Lakers, arrecadando um prémio de MVP da liga profissional de basquetebol norte-americano nas 20 temporadas em que liderou a equipa da Califórnia. A estrela da NBA Kobe Bryant morreu tragicamente este domingo aos 41 anos num acidente de helicóptero, em Calabasas, Los Angeles, confirmou a TMZ Sports. Bryant viajava com outras três pessoas a bordo e o respetivo piloto no seu helicóptero privado, não havendo sobreviventes. Uma das vítimas é a sua filha Gianna Maria, de 13 anos.
Testemunhas disseram à TMZ que ouviram o motor a crepitar antes da queda da aeronave, que provocou um incêndio. A causa da queda ainda não foi apurada pelas autoridades norte-americanas. Bryant era conhecido por utilizar o seu helicóptero como meio de transporte – quando ainda jogava pela equipa californiana ia de Newport Beach para o Staples Center, casa dos Lakers.
Considerados um dos melhores atletas de todos os tempos – não só no desporto que praticava – os lamentos pela sua morte no mundo do basquetebol norte-americano não se fizeram esperar. Manu Ginobili, antiga estrela argentina dos texanos San Antonio Spurs, reagiu apenas com um “devastado” no Twitter. O francês Tony Parker, antigo companheiro do argentino, prestou as suas condolências à família. “Estou com o coração despedaçado com esta notícia, eras uma verdadeira lenda. Descansa em paz Kobe Bryant, os meus pensamentos estão com a tua mulher e filhos”, publicou na mesma rede social. Já Paul Pierce, um dos melhores jogadores da história dos Boston Celtics que foi adversário do ‘Black Mamba’ em duas finais da NBA, mostrou a sua a sua perplexidade: “Isto não é real”.
‘Black Mamba’ tinha sido ultrapassado em número de pontos por Lebron James no dia anterior, que se mudou para os Lakers na temporada passada, ficando relegado para quarto lugar dos melhores marcadores da NBA. “Continua a evoluir o jogo King James. Muito respeito pelo meu irmão”, escreveu Kobe no Twitter.
Kobe era conhecido por se ter inspirado nos movimentos daquele que é visto como o melhor jogar da história da liga norte-americana: Michael Jordan. Desenhando uma comparação entre os dois sobre a sua competitividade, Phil Jackson, que foi timoneiro de ambos, disse em entrevista à ABC: “Se puseres a barreira nos 7 pés e meio (2,30 metros) e disseres que ninguém conseguiu saltar isso antes, eles vão dizer: ‘Eu consigo’”.
Em 2016, Kobe Bryant obteve o segundo melhor registo de pontos da história num só jogo, marcando 81 contra os Toronto Raptors – considerada uma das melhores performances da era moderna da NBA. Marcador nato, na sua carreira de 20 temporadas arrecadou 33.643 pontos. Foi 18 vezes escolhido para integrar as equipas All Star, 15 vezes membro da All NBA team e MVP da final do torneio por duas vezes. E não eram só os seus atributos ofensivos que faziam a plateia do Staples Center delirar: integrou a melhor equipa defensiva da liga por 12 vezes.
Uma reputação que só foi manchada pelas alegações de abuso sexual em 2003, quando foi acusado por uma funcionário do hotel, em Colorado, onde se encontrava a recuperar de uma lesão. No ano seguinte, Kobe apresentou um mea culpa em público a reconhecer que a alegada vítima não viu a relação entre ambos como consensual, embora tivesse outra visão.