O general Martins Pereira, antigo chefe de gabinete de Azeredo Lopes, foi, esta terça-feira, ouvido no tribunal de Monsanto na instrução do processo de Tancos. Martins Pereira disse ao juiz Carlos Alexandre que recebeu o memorando da Polícia Judiciária Militar onde se dava a entender a investigação paralela, mas que não se lembra se o mostrou a Azeredo Lopes, ministro da Defesa na altura.
O memorando foi entregue a Martins Pereira em mãos, no dia 20 de outubro de 2017, por Luís Vieira, então diretor da Polícia Judiciária Militar, e pelo major Vasco Brazão. Em causa estão documentos que continham informações sobre a investigação da Polícia Judiciária Militar que estava a ser feita à revelia e paralelamente à investigação da Polícia Judiciária e do Ministério Público.
“Fechaduras” ouvido esta sexta-feira
Paulo Lemos, conhecido como “Fechaduras”, vai estar presente esta sexta-feira no tribunal de Monsanto.
Segundo o despacho do juiz Carlos Alexandre a que a Rádio Renascença teve acesso, Miguel Marques Bom, advogado de Paulo Lemos, garante que o seu cliente estará presente para prestar declarações como testemunha no processo do caso de Tancos, “a requerimento da defesa arrolante, mas também do próprio tribunal”.
Paulo Lemos terá sido contactado por João Paulino – arguido entretanto libertado por excesso de prisão preventiva – para participar no assalto aos paióis de Tancos. No entanto, “Fechaduras” terá contado o plano do assalto a uma procuradora do Ministério Público, tendo a informação sido transmitida à Polícia Judiciária.
Apesar de Paulo Lemos já ter sido ouvido na fase de inquérito, o juiz Carlos Alexandre quer ouvir novamente o alegado informador da Polícia Judiciária.