Uma menina de 12 anos morreu, na semana passada, após ter sido submetida a uma mutilação genital feminina, no Egito, uma prática ilegal no país há mais de 10 anos.
Os pais e a tia de Nada Hasan terão levado a criança a uma clínica de um médico reformado para realização do procedimento, que tem como objetivo eliminar o prazer sexual da mulher. A intervenção foi realizada sem qualquer tipo de anestesia, segundo a investigação do Ministério Público.
"Depois de abandonar o local, a menor sofreu complicações. O médico tentou salvá-la, mas a menina acabou por morrer", avançaram as autoridades, citadas pelo El Mundo. Depois de a menina ter morrido, o pai entrou em contacto com as autoridades, que exigiram realizar uma autópsia à menina para averiguar o que tinha acontecido.
Os pais e a tia de Nada Hasan e o médico que realizou a cirurgia foram detidos pelas autoridades e estão em prisão preventiva. Podem vir a enfrentar uma pena de 15 anos de prisão efetiva.
Apesar da mutiação genital feminina ter sido proibida, continuam a existir vários registos destes casos no Egipto. De acordo com a Pesquisa de Assuntos de Saúde do Egito de 2015 (EHIS), 9 em cada 10 mulheres entre 15 e 49 anos foram submetidas ao procedimento.
"Estamos indignados com o facto de que mortes como esta ainda aconteçam em 2020, apesar do progresso feito para a erradicação dessa prática violenta por meio de reforma da legislação, campanhas de consciencialização e contacto direto com as comunidades locais e líderes religiosos," denunciou a delegação das Nações Unidas no Egito.