Frederico Varandas, presidente do Sporting, deu esta noite uma entrevista à TVI, onde falou do atual momento do clube.
Recorde-se que este domingo elementos da direção do clube foram agredidos depois do dérbi de futsal, disputado no Pavilhão João Rocha. As agressões foram levadas a cabo por elementos da claque Juventude Leonina. Por essa razão, a guerra com as claques foi logo à partida tema em análise na conversa.
"É injusto meter toda a gente no mesmo saco. O problema é com as direções destas claques. Conheço pessoas que fazem parte de claques e não têm estes comportamentos. No caso da Juve Leo, há senhores que se julgam acima dos estatutos, presidentes e mandatos. Esse tem sido um dos sérios problemas do Sporting. Temos de defender o clube mas a direção não consegue fazer isto sozinho. Enquanto a maioria do Sporting for silenciosa será difícil. Faço este apelo a eles, sim, donos do clube. Que o Sporting continue dos sócios e não sequestrado por claques. Não decidi ter esta guerra com as claques", disse Varandas.
"Isto é uma escalada que tem vindo a acontecer. O ataque a Alcochete nem há dois anos foi. Há poucos meses houve uma invasão a uma garagem, depois a um pavilhão, e agora isto. A Juve Leo faz um comunicado, mas o que é a Juve Leo? Apresentem-se. Conhecemos o presidente, que está detido, mas quem são os outros? Apresentem-se ao país", continuou o líder dos leões.
Durante a conversa, Varandas garantiu ainda que o problema com as claques aconteceu devido ao corte nas regalias oferecidos aos Grupos de Adeptos Organizados.
"Não decidi ter esta guerra. Tive que tomar uma decisão. Defender o Sporting obriga a tomar esta medida. A direção não consegue fazer isto sozinha. Enquanto a maioria do Sporting for silenciosa vai ser muito mais difícil. Apelo aos sócios do Sporting, os donos do clube. Nenhuma claque é dona do Sporting (…). No momento mais negro da história do Sporting foi assim. Vimos o que aconteceu. É sempre os 70% silenciosos que aparecem. O problema não é do Varandas. Qualquer outro presidente que esteja aqui e não dê o que estes senhores estavam habituados a ter vão ter este problema".
"Quando cheguei à direção, reuni com os grupos e expliquei que as ofertas iam acabar, cerca de 900 bilhetes por jogo. Durante o ano, expliquei que o apoio que queríamos dar seríamos para apoiarem. Propusemos uma Gamebox a 120 euros, mas teria de ser vendido nas bilheteiras do Sporting, para que o processo fosse o mais transparente possível. O que as claques querem é bilhetes de época sem nome para os revendar mais caro. À terceira jornada, o Sporting jogou em Portimão, venceu e era líder. O que é que aconteceu? Insultos, ameaças… Porquê? O que é que mudou? Mudou cerca de 300 a 400 mil euros por ano que eram dados. Houve outro problema. Ontem, em Alvalade, o Portimonense começa a ganhar e o golo foi festejado pela claque do Sporting", disse.
Para Frederico Varandas não há dúvidas. O Sporting continua em clube dividido: "Sporting alguma vez foi unido? Não. Existe união com pessoas que fizeram o que fizeram ontem? Ou atiram tochas a atletas? Não. União existe para quem tem opiniões divergentes. Agora união com isto?".
O presidente garantiu ainda que caso os responsáveis pelas agressões deste domingo forem sócios do Sporting "serão expulsos do clube".