A Organização Sindical dos Polícias (OSP/PSP) enviou uma missiva para o Comandante da Divisão Policial do Barreiro do Comando Distrital de Setúbal a solicitar informação relativa ao caso dos agentes da PSP do Barreiro que foram castigados e obrigados a estar em formatura, durante 40 minutos, virados para uma parede, sem poder falar com ninguém.
O caso aconteceu já no passado dia 23 de janeiro, quando um grupo de oito agentes da PSP do Barreiro, de uma Equipa de Intervenção Rápida (EIR) levou uma viatura policial, alegadamente sem autorização, para ir almoçar num restaurante.
A Divisão do Barreiro é uma das que tem uma messe entregue a privados e destinada a ser utilizada por polícias e civis para comprarem as suas refeições, a preços mais vantajosos, ou para os agentes trazerem a sua comida de casa e ali comerem.
As EIR do Barreiro estão sediadas em intalações distantes desta messe, mas mesmo assim a maioria dos agentes tenta ir ali diariamente realizar as suas refeições. Estes agentes terão levado a viatura sem autorização para almoçar num restaurante, sendo que um superior hierárquico foi informado do sucedido e ordenou-os a voltar à instalação policial.
Ao regressarem, os oito agentes foram colocados "de castigo", em formatura, por um período de 40 minutos, virados para uma parede, sendo proibidos de falar com quem ali passasse. Segundo a OSP, esta situação levou a que os agentes envolvidos guardassem "um sentimento de humilhação, coação e até de tortura psicológica evidente", face aos restantes elementos e demais cidadõs que se deslocaram àquele espaço público nesta ocasião.
Assim, a organização sindical enviou uma missiva ao Comandante da Divisão Policial do Barreiro, onde questionou a legitimidade do respetivo superior hierárquico para "castigar" os polícias, se é verdade que as EIR da Divisão da PSP do Barreiro são obrigadas a adquirir refeição na messe, quando estão de serviço, e se esta medida se aplica aos restantes elementos policiais ou se foi um ato isolado.
Além disso, a OSP questionou ainda se é verdade que os polícias estão proibidos de utilizar talheres, tabuleiros e outros acessórios existentes nas instalações policiais quando não adquirem as refeições na messe da PSP do Barreiro.
"A OSP/PSP, como sempre, encontra-se disposta a averiguar o que realmente se passou, e motivação por parte do Comandante de Esquadra de intervenção e Fiscalização Policial do Barreiro para tal ação, recolhendo toda a informação possível relativamente a este triste episódio, que em nada dignifica a instituição da PSP", termina o comunicado.