Dois volte-face depois, a posição oficial do Governo relativamente à perda de fundos comunitários destinados ao projeto da linha circular do metro de Lisboa voltou à casa de partida. As declarações contraditórias dos ministros do Ambiente, Matos Fernandes, e do Planeamento, Nelson de Souza, “obrigou” ontem o Ministério do Planeamento a emitir um comunicado para esclarecer as afirmações dos últimos dias.
A nota contradiz Nelson de Souza, que na passada segunda-feira garantiu que a verba de 83 milhões de euros, destinada ao projeto – entretanto suspenso pela Assembleia da República – poderia ser realocada. O comunicado esclarece que a posição do ministro do Planeamento “foi assumida como objetivo global e reportado a 2023” e que isso “não significa que, no caso concreto do metro de Lisboa, o projeto da linha circular possa ser substituído no PT 2020 por qualquer outro relacionado com a rede de metropolitano da cidade ou de natureza equivalente”.
O documento vai mais longe, esclarecendo que “esse eventual projeto alternativo já não será exequível no âmbito do PT2020, dada a complexidade e o grau de maturidade exigido a uma iniciativa deste tipo”. Esta nota reforça a posição de Matos Fernandes, que havia classificado a suspensão do projeto como “irresponsável” e perspetivado a perda da verba em causa.