Conceição Queiroz foi vítima de uma tentativa de assalto, no início do mês, por um grupo de jovens armados, em Lisboa. A jornalista esteve esta sexta-feira no programa Você na TV, da TVI, para falar sobre o episódio.
"Fiz o noticiário, saio da TVI, e ainda fui a uma conferência, deviam ser quase 23 horas. Não queria ir à conferência, estava muito cansada e queria ir para casa. Aqueles dias em que tens um sexto sentido… Mas acabei por ir e, no final, quando saí o meu carro já não lá estava, tinha sido rebocado. Foi no dia 1 de fevereiro e tinha havido várias manifestações", começou por contar.
A jornalista lembrou que ainda tentou levantar o carro nessa noite, no entanto, o seu cartão multibanco tinha expirado no dia 31 de janeiro. Sem carro, Conceição Queiroz decidiu apanhar um táxi até casa e foi quando estava à espera da viatura que o assalto ocorreu.
"A certa altura, vejo um grupo de vários miúdos a aproximarem-se. Não havia movimento nenhum na estrada naquele momento, os miúdos aproximaram-se calmamente e começaram a troca de palavras", disse, recordando depois as frases que ouviu dos assaltantes: "Tu és da televisão, tens dinheiro, dá-nos dinheiro", diziam.
"Estupidamente honesta disse a verdade, que o meu cartão multibanco não estava a dar porque tinha expirado no dia anterior. Disse que só tinha dez euros para apanhar o táxi para voltar para casa e que não tinha mais dinheiro nenhum. Entrei num discurso porreiro com eles", contou.
"Eles primeiro ouviram, mas depois começaram a insultar-me. Chamaram-me tudo e a certa altura começaram a dizer: 'és mesmo gira, sabes o que é que podemos fazer contigo, não sabes?'. Aí percebi que a coisa era séria (…) Vem-te à cabeça tudo e mais alguma coisa”, acrescentou.
Foi então que a jornalista decidiu fingir que estava armada. "Percebi que era sério. Vi a morte. Percebi que eles iam fazer qualquer coisa a qualquer momento (…) Aqueles miúdos tinham idade para ser meus filhos", relatou. "Fiz um gesto brusco com a mochila que tinha às costas e transformei-me. Disse: 'Mato-os a todos', com a mão dentro da mochila’", recordou.
Assustados, os jovens acabaram por fugir.. "Eles fugiram, sempre a olhar para trás. Um deles tinha uma pontimola. Ficámos frente a frente. [….] Foi assustador. Pensei que tinha chegado o meu dia, que ia morrer, mas não desmobilizei", lembrou, referindo depois que também esse assaltante acabou por fugir.