Os hospitais e clínicas da rede CUF não vão praticar eutanásia caso esta prática venha a ser despenalizada em Portugal. Num comunicado enviado aos trabalhadores, a que o i teve acesso, o grupo José de Mello Saúde assume a posição contra a despenalização da morte medicamente assistida e reafirma o compromisso com o seu código de ética "aplicável a todas as unidades da rede CUF" e que consagra o princípio de respeito absoluto pela vida humana e pela dignidade da pessoa.
"A José de Mello Saúde considera a vida humana como o primeiro e o mais elevado de todos os valores, prevalecendo sobre os interesses da Ciência e da Sociedade, considerando que nem tudo o que é tecnicamente possível é aceitável. A técnica, ainda que fundamental, é apenas um dos valores a considerar quando se toma posições sobre a vida das pessoas", lê-se no comunicado. "Esta opção não constitui de forma alguma, qualquer limitação à qualidade do desempenho técnico e científico dos profissionais de saúde da rede CUF. Pelo contrário, impõe a todos, sem exceção, a mais elevada competência, seja técnica, científica, profissional e humana, porque esta é a primeira linha do respeito devido à dignidade das pessoas doentes."
O grupo assinala que o código de ética implementado nas instituições define uma "cultura própria" baseada no "respeito pela pessoa humana, como um sujeito de direitos e não um objeto das intervenções médicas e com uma dignidade intrínseca e constitutiva que nenhuma doença, em nenhuma fase, afeta, diminui ou anula".
Em 2007, quando foi despenalizada a interrupção da gravidez até às 10 semanas por opção da mulher, o grupo recusou também a prática da IVG, remetendo na altura a posição para o disposto no código de ética da empresa.