Alcochete. “Se calhar a doutora juíza sentiu que não vim adiantar muito. Desconheço, felizmente, todo este processo”

Presidente do FC Porto diz não saber nada sobre o ataque à Academia do Sporting.

Pinto da Costa, presidente do FC Porto, foi ontem ouvido por videoconferência na 31.ª sessão de julgamento do caso alusivo ao ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, que ocorreu a 15 de maio de 2018. Arrolado pela defesa de Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, Pinto da Costa admitiu que se apercebeu do “mau ambiente” antes da saída de Bruno de Carvalho da presidência, acrescentando que não sabia por que motivo era testemunha no processo. A audição teve a duração de apenas “cinco minutos”.

“Acho que não foi muito útil. A doutora juíza até agradeceu a presença e disse que não era da responsabilidade dela eu ter vindo. Se calhar ela sentiu que não vim adiantar muito. Desconheço, felizmente, todo este processo”, confessou aos jornalistas, à saída do Palácio da Justiça, no Porto, sublinhando que até desconhece “onde fica Alcochete”. “Não me perguntaram muito. Foram só cinco minutos, o resto do tempo estive à espera. Deviam saber que não podia dizer nada. Só sei que foi no dia 15 de maio, foi a única coisa que fixei”, adiantou, depois de dizer à juíza que sempre teve “excelentes relações” com todos os presidentes do Sporting. “Lembro-me de todos. Mantenho, nos dias de hoje, ótimas relações com o Godinho Lopes, Sousa Cintra, Soares Franco ou Dias da Cunha”, explicou, tendo sido particularmente questionado sobre Bruno de Carvalho. “Perguntaram-se se conhecia o [então] presidente do Sporting. Felizmente conheci muitos e sou amigo de alguns. Falei sobre uma conversa que houve num jogo no Dragão, mas vocês conhecem melhor o Bruno de Carvalho do que eu”, reforçou.

Além de Pinto da Costa, o pai de Bruno de Carvalho esteve também a prestar declarações sobre o caso, no Tribunal de Monsanto, mas como testemunha abonatória do filho que quer ilibar por não haver provas de que foi o mandante da invasão à academia. “O que chamaria a uma justiça que castiga alguém sem ter provas? Que justiça era?”, atirou Rui de Carvalho aos jornalistas.