A assistente de bordo da Malaysia Airlines, que foi despedida em 2017 por pesar um quilo a mais do estipulado pela companhia aérea, perdeu, esta sexta-feira, o processo em tribunal por despedimento injusto. Ina Meliesa Hassim trabalhava há 25 anos com a companhia aérea mas isso não impediu a Malaysia Airlines de rescindir o seu contrato.
"O tribunal está convencido de que a empresa forneceu (…) várias oportunidades para cumprir a sua política e apesar das muitas oportunidades, o requerente [a assistente de bordo] falhou consistentemente em atingir o seu peso ideal", esclareceu o juiz Syed Noh Said Nazir, esta sexta-feira.
A companhia aérea da Malásia tem como regra que os funcionários cumpram o Índice de Massa Corporal (IMC), uma medida internacional que calcula se uma pessoa está no peso ideal. Com 1,58 metros de altura, a assistente de bordo (segundo os padrões da empresa) deveria pesar 59,9 kg. Com 60,3 kg, a funcionária acabou por não cumprir o estipulado nas regras.
Apesar do esforço dos advogados de Ina Meliesa em tribunal, onde sublinharam que várias companhias aéreas de renome não têm um peso mínimo estipulado – British Airways, Lufthansa, KLM – durante o julgamento, a companhia aérea sublinhou que deu 18 meses à funcionária para baixar o peso e ofereceu acompanhamento médico à mesma gratuitamente. No entanto, Ina Meliesa não compareceu a várias consultas e acabou por manter o peso, o que vai contra as regras da Malaysia Airlines.
A companhia aérea defende que o cumprimento do IMC é uma forma de manter "uma imagem premium" dos seus funcionários e a sua saúde. "Com esta política em vigor, a companhia aérea terá uma tripulação de cabine mais saudável, que projetará uma imagem adequada à dos melhores funcionários de cabine do mundo, além de garantir a segurança dos passageiros quando surgir a necessidade”, afirmou a Malaysia Airlines em tribunal.