O número de despedimentos coletivos em Portugal voltou a subir em 2019, pelo segundo ano consecutivo, segundo a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.
Após cinco anos consecutivos a descer (entre 2013 e 2017), o indicador voltou a registar uma subida em 2018 e a tendência veio a repetir-se no ano passado. Em 2019, o número de processos de despedimento coletivo atingiu 3616 trabalhadores – um aumento de 0,4% face aos 3601 casos de 2018.
Segundo a entidade tutelada pelo Ministério do Trabalho, a região Norte do país foi a mais afetada por estes casos: 123 empresas concluíram processos de despedimento coletivo para 1506 trabalhadores (+80% que em período homólogo). Seguem-se as regiões de Lisboa e Vale do Tejo (com 1501 despedimentos), Centro (345), Alentejo (184) e Algarve (80).
Em termos percentuais, a maior subida verificou-se no Alentejo (com o triplo dos casos de 2018). No Centro (+68%) e no Algarve (19%) também houve aumentos. Apesar de representar cerca de 41,5% dos despedimentos coletivos totais, a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a única onde se registou uma queda em relação a 2018 (-38%).
Os dados indicam que foi o grupo das pequenas empresas (com menos de 50 trabalhadores e menos de 10 milhões de euros de faturação anual) que mais recorreu a este expediente: 2007 casos. As médias empresas (com menos de 250 trabalhadores e faturação anual inferior a 50 milhões de euros) despediram 1609 trabalhadores, e as grandes empresas (250 ou mais trabalhadores e faturação anual acima dos 50 milhões de euros) 393 pessoas.
Em 2020, o primeiro caso mediático em Portugal envolve a Liberty Seguros, que já anunciou a sua intenção de encerrar 14 dos 16 escritórios que possui no país. O plano de reestruturação está previsto para março e abrange 99 trabalhadores da empresa. O processo de despedimento coletivo deve custar pelo menos 25 postos de trabalho.