A Comissão europeia divulgou, ontem, a avaliação económica de inverno do semestre europeu incluindo Portugal entre nove países com desequilíbrios macroeconómicos. Segundo Bruxelas, Portugal registou um “progresso limitado” em relação às recomendações da Comissão Europeia referentes a 2019.
As principais críticas vão para a segmentação do mercado de trabalho, sustentabilidade das empresas públicas ou eficiência da segurança social. Em contrapartida, o Executivo comunitário elogia a redução sustentada da dívida pública e a melhoria da situação do sistema financeiro. De acordo com o relatório, Portugal, Alemanha, Irlanda, Espanha, Países Baixos, França, Croácia, Roménia e Suécia revelam desequilíbrios.
Bruxelas propõe encerramento de centrais A Comissão Europeia propôs ainda a Portugal o encerramento das centrais termoelétricas a carvão de Sines e Pego e os pólos petroquímicos de Matosinhos e Sines, através do Fundo de Transição Justa. Este mecanismo permite alocar 79,2 milhões de euros a Portugal, para fazer face aos impactos resultantes do fecho destas unidades.
Recorde-se que o Governo português já tinha anunciado, em outubro passado, o encerramento da central termoelétrica do Pego para o final de 2021 e de Sines para setembro de 2023. Esta decisão vai implicar a extinção de 650 postos de trabalho.
No relatório, ontem apresentado, Bruxelas alerta que estas centrais termoelétricas “são as maiores emissoras de gases com efeito de estufa em Portugal” a que se juntam “as indústrias altamente poluentes da produção de derivados de petróleo e plásticos”, em Sines e Matosinhos”.