O Palácio do Governo e o Palácio da Justiça, na Guiné-Bissau, foram tomados por militares leais a Umaro Sissoco Embaló, que tomou posse como Presidente guineense esta quinta-feira – apesar de ainda estar a ser apurado se houve fraude ou não nas eleições presidenciais de 29 de dezembro. O primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes – foi demitido por Embaló, líder do maior partido da oposição, o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15).
"É exonerado o primeiro-ministro, Aristides Gomes", lê-se num decreto de Embaló, que formalizou um "golpe de Estado", segundo o Governo. "As instituições do Estado estão a ser invadidas por militares", lê-se na página de Facebook de Aristides Gomes. A imprensa avança que foram retirados os carros das ruas do Ministério do Interior, onde se supõe estarem polícias . Entretanto, Embaló declarou como primeiro-ministro um dos seus principais aliados, Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).
Após estas decisões, registaram-se também movimentações militares, nomeadamente na rádio e na televisão pública.
Recorde-se que Embaló dá pela alcunha de "general do povo" entre os seus apoiantes – o antigo militar já se mostrou disposto anteriormente a uma sublevação armada. "Se for necessário vamos à guerra para que haja paz", declarou, no início do mês.