Os processos de insolvência em Portugal aumentaram 27,8% nos primeiros dois meses de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado. As conclusões surgem no relatório da Iberinform, filial da seguradora Crédito y Caución, que este ano já contabilizou 1061 pedidos de falência (uma subida face aos 830 registados em janeiro e fevereiro de 2019).
Em fevereiro, regista5ram-se 490 insolvências, mais 79 (+19,2%) em termos homólogos, mas ainda assim menos 81 que em janeiro deste ano (mês em que se verificaram 571 insolvências).
Segundo o relatório, o valor acumulado dos dois primeiros meses de 2020 é ainda superior aos números de 2018 (+9%), colocando este ano como o mais negativo no que diz respeito a este indicador.
Porto e Lisboa permanecem os distritos com o valor de insolvências mais elevado, com 251 e 237, respetivamente. Face a 2019, verifica-se um aumento de 41,1% em Lisboa e de 18,4% no Porto. Contudo, em termos percentuais, os aumentos mais significativos pertencem a Portalegre (+350%), Angra do Heroísmo (+125%) e Santarém (+100%). No acumulado, apenas quatro distritos apresentam diminuição no número de insolvências: Vila Real (-66,7%), Coimbra (-34,4%), Setúbal (-12,7%) e Ponta Delgada (-11,1%).
A maioria dos setores de atividade apresenta aumentos nas insolvências, com destaque para as áreas da Eletricidade, Gás e Água (+200%), Agricultura, Caça e Pesca (+109,1%) e Indústria Extrativa (+100,0%). Em termos absolutos, o maior número de falências de empresas pertence à Indústria Transformadora (230), Outros Serviços (220), Construção e Obras Públicas (143), Comércio a Retalho (142) e Comércio por Grosso (130). O setor da Hotelaria e Restauração acumula 88 insolvências nestes primeiros dois meses do ano, +46,7% que no período homólogo. Os setores de Telecomunicações (1) e Comércio de Veículos (31 insolvências) destacam-se com uma variação nula.
Já o número de novas empresas em janeiro e fevereiro de 2020 caiu 20,1%, para as 9237 (contra as 11 559 criadas em igual período de 2019).
Em fevereiro, a constituição de novas caiu 23,3%, em termos homólogos, para um total de 3752 novas entidades.
O número mais significativo de constituições aconteceu em Lisboa, com 3093 empresas, e no Porto, com 1651. No entanto, ambos os distritos apresentam diminuições face ao ano passado: -15,1% em Lisboa e -21,2% no Porto. Ponta Delgada (com 79 novas empresas) e Angra do Heroísmo (28), que mantêm variação nula, e Portalegre, com um aumento de 10,6% face a 2019, foram os únicos distritos que não enfrentaram uma diminuição do número de novas empresas constituídas.
Apenas dois setores aumentam o número de constituições em relação a 2019: Eletricidade, Gás, Água (+66,7%) e Transportes (+10,8%). Os restantes sofrem variações negativas, sendo a Indústria Extrativa aquela que mais decresce (-85,7%).