O senador independente do Vermont Bernie Sanders vai deslocar boa parte dos seus recursos de campanha para as primárias do Michigan para uma batalha épica contra o impulso ganho pelo ex-vice-presidente, Joe Biden, na “Super Terça-Feira”.
Sanders precisa urgentemente de uma vitória para contrariar a tendência de crescimento de Biden, que ganhou dez dos 14 estados e um território na maior noite eleitoral das primárias, além da Carolina do Sul, uns dias antes.
E a estratégia do senador aplicada no Michigan, onde os eleitores democratas vão a votos na terça-feira, é semelhante à de que Biden empregou na Carolina do Sul, onde acabou por colher os frutos: ganhou o estado com mais de 50% dos votos, a uma larga distância de Sanders, que ficou em segundo lugar.
São quatro as primárias a decorrer na próxima terça-feira e o Michigan é a jóia da coroa, sendo o estado mais populoso, com 125 delegados em disputa – são distribuídos proporcionalmente. Sanders ganhou o estado nas últimas primárias, em 2016, contra Hillary Clinton.
O Michigan é um dos estados que era tradicionalmente democrata, mas que nas últimas eleições presidenciais foi parar às mãos de Donald Trump, juntamente com o Wisconsin e o Pensilvânia.
Sendo um dos estados mais afetados pela expansão de tratados de livre comércio – tinha uma forte indústria automóvel – as posições de Sanders tiveram eco. O senador tem atacado Biden nestas primárias na mesma base argumentativa, tal como acontece em relação à guerra do Iraque, invasão que na altura o vice de Barack Obama votou a favor.
Mas não é certo que seja bem sucedido no Michigan novamente, pois a vitória contra Clinton em 2016 foi à tangente. Na corrida para a nomeação presidencial já só estão Biden, Sanders e a congressista Tulsi Gabbard.