O Hospital Santa Maria, em Lisboa, não pretende “colocar em isolamento profissionais de saúde que tiveram contacto direto com os casos diagnosticados com o Covid-19”, revelou, esta quarta-feira, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Segundo a FNAM, a unidade hospitalar quer que os profissionais "se mantenham em trabalho, com máscara".
"Trata-se de um comportamento inaceitável por parte de um dos maiores hospitais do país, que se designa como hospital de referência", critica a FNAM, que relembra ainda que "qualquer cidadão em situação de contacto direto com caso diagnosticado com o Covid-19 tem indicação de permanecer em quarentena", e, por isso, é incompreensível "que uma Administração Hospitalar tome para si decisões que são do foro da Autoridade de Saúde", ao pretender "impor aos seus trabalhadores medidas discriminatórias em relação a qualquer outra pessoa".
Para a FNAM esta é “uma atitude que desrespeita os direitos dos profissionais de saúde e de risco para a população", bem como "as recomendações da Direção-Geral de Saúde (DGS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC)".
"A FNAM não será complacente com qualquer falha de segurança que ponha em risco os médicos, outros profissionais de saúde e a população", remata o comunicado do sindicato.
Recorde-se que foram descobertos dois casos de Covid-19 em doentes internados há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Ambos, homens, com mais de 60 anos foram inicialmente diagnosticados com quadro de pneumonia, mas só esta semana, depois de serem alteradas as orientações da Direção Geral da Saúde para que fossem testados doentes com quadros de infeção respiratória grave de origem de desconhecida, os hospitais começaram a testar doentes internados por exemplo com quadro de pneumonia. O Hospital de Santa Maria testou alguns alguns doentes e despistou estes dois casos.