Investigação revela que autoridades chinesas esconderam informações essenciais sobre o novo coronavírus

Grupo de médicos revelou novas informações que comprometem autoridades.

Uma das poucas publicações independentes na China, a Caixin, revelou informações novas onde responsabiliza as autoridades chinesas por colocarem em risco a vida de muitas pessoas.

A publicação cita o chefe de um dos chefes de departamento do Hospital Central de Wuhan, onde morreram 230 profissionais de saúde devido a infeção pelo Covid-19. Esta unidade foi a mais afetada em Wuhan, local onde foi detetado pela primeira vez o coronavírus.

De acordo com a Caixin, desde o início de janeiro que o hospital estava sobrecarregado por pacientes com febre, mas o chefe do Partido Comunista no hospital não tinha conhecimentos de doenças infeciosas e impediu que fossem divulgadas informações essenciais para a saúde pública, conta a revista.

A mesma publicação, que teve acesso a um documento interno daquele hospital, revelou interferências das autoridades municipais de Wuhan que dificultou a divulgação dos casos entre 12 e 17 de janeiro.

A publicação refere que no dia 12 de janeiro um funcionário do ministério de Segurança Pública visitou o hospital e ordenou que os formulários que evidenciavam doenças infeciosas só pudessem ser preenchidos após consulta com especialistas a nível municipal e provincial, atrasando desta forma o processo.

No dia 13 de janeiro o chefe do gabinete de controlo de doenças infeciosas do distrito de Jianghan, Wang Wenyong, exigiu ao hospital que os relatórios por suspeição de infeção pelo novo coronavírus fossem alterados para outras doenças.

O hospital reagiu e solicitou às autoridades de saúde que recolhessem amostras, mas foi-lhes comunicado que deviam aguardar. Só três dias depois, no dia 16 de janeiro, essas amostras foram recolhidas. À data já o hospital contava com 48 casos suspeitos.

Estas informações agora reveladas mostram que as autoridades de Wuham tentaram esconder informações sobre o novo coronavírus.