O Irão alertou que o seu sistema de saúde, alvo de fortes sanções norte-americanas, está à beira da rutura devido ao surto de Covid-19, um dos piores fora da China – segundo os números oficiais, pior só a Itália. Este domingo já existiam quase 14 mil casos registados, que já causaram mais de 700 mortes, mas o número real poderá ser mais alto.
Dalia Samhouri, dirigente da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a região, alertou que tanto o Irão como o Egito, os países mais populosos do Médio Oriente, estavam a esconder casos de coronavírus. “Podemos dizer facilmente que os números atuais são uma estimativa por baixo dos números reais”, assegurou.
Recorde-se que, ainda a semana passada, imagens de satélite publicadas pelo New York Times mostraran a construção de sepulturas em massa na cidade iraniana de Qom, aumentando os receios de encobrimento do surto.
Ainda assim, o encarregue do combate ao Covid-19 no Irão, Ali Reza Zali admitiu à IRNA que “se esta tendência continuar, não vai haver capacidade” de resposta nos hospitais. Já o enviado de Teerão às Nações Unidas, Majid Takht-Ravanchi, divulgou no Twitter uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, pedindo que pressione os EUA a levantar as sanções médicas sobre o seu país.