Apesar do aumento dos infetados com covid-19 ter sido o assunto mais debatido entre os membros do Governo, outros doentes continuam a necessitar de cuidados médicos. E as clínicas de diálise estão a enfrentar um período de emergência, devido ao elevado risco de contágio da doença e devido ao que descrevem como a “falta de resposta das autoridades da saúde”.
“Estamos perante situações da maior gravidade e emergência, face à natureza dos cuidados de saúde prestados, literalmente vitais, de life saving, para os doentes insuficientes renais crónicos terminais, cuja média etária, em Portugal, ultrapassa os 70 anos”, pode ler-se numa nota enviada às redações por parte da ANADIAL – Associação Nacional de Centros de Diálise.
Entre as dificuldades sentidas entre os profissionais de saúde que trabalham nestes locais, a associação sublinha a “falta de equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais de saúde, a falta de recursos humanos (médicos e enfermeiros) por suspensão, por parte de algumas administrações hospitalares (também sob pressão na atual emergência), das autorizações de acumulação de funções públicas e privadas” e ainda a “falta de transporte individual dos doentes de e para a clínica de diálise dado que o transporte múltiplo propicia a criação de novas cadeias de contágio, prática que deita por terra qualquer plano de mitigação de propagação do COVID – 19".
“Há a extrema urgência em criar, localmente, uma bolsa de enfermeiros adstrita às clínicas de hemodiálise, reforçando os dois contingentes (hospitais do SNS e clínicas) e evitando a circulação destes profissionais”; apela a associação.