Há anos que se fala da expansão da União Europeia nos Balcãs, mas só esta semana Bruxelas aprovou um esboço para as negociações de entrada da Albânia e a Macedónia do Norte na UE. As anteriores tentativas enfrentaram oposição de França e dos Países Baixos, que tinham dúvidas quanto ao registo de direitos humanos, combate à corrupção e capacidade de desenvolvimento económico destes pequenos países. Contudo, desta vez, os embaixadores europeus conseguiram a unanimidade necessária ao avanço das negociações, avançou a Reuters – está prevista uma resolução final para as negociações já este fim de semana.
Contudo, a oposição da Grécia continua a ser um problema. Atenas tem uma rivalidade histórica com a Macedónia do Norte, cujo nome é igual ao da província onde nasceu Alexandre o Grande – o país abdicou recentemente da pretenção de usar o nome Macedónia e optou por Macedónia do Norte, para aplacar os gregos – e no caso da Albânia exigem proteções adicionais para a minoria grega nesse país
A aprovação do esboço para as negociações surge após a coesão do bloco europeu ser posta em causa pelo Brexit, e em plena pandemia da covid-19, que tem agora a Europa como epicentro. O avançar das negociações para expansão da UE pode ser uma tentativa de recuperar influência nos Balcãs, após países da região, como a Sérvia, denunciarem a inação de Bruxelas face à pandemia, apelando diretamente à China.