A Associação Nacional das Farmácias (ANF) pediu, esta terça-feira, a intervenção do Governo para conseguir o abastecimento de produtos de primeira necessidade no combate à crise sanitária provocada pela covid-19 no país. A Associação diz que, mesmo a pagar os “preços especulativos” no mercado, não está a conseguir satisfazer as necessidades de todos os clientes.
Numa carta dirigida a António Costa, a ANF diz que mesmo pagando preços avultados por estes produtos, não estão a conseguir adquiri-os em “quantidade suficiente” para garantir a segurança das suas próprias equipas e de instituições como lares de idosos e apela à intervenção do primeiro-ministro.
Segundo a associação, em causa estão produtos como "máscaras, gel desinfetantes, paracetamol, termómetros, matéria-prima para manipulados e equipamento de proteção individual".
"Como contributo para o restabelecimento da normalidade do mercado, a ANF entregou à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) um dossier de 100 páginas com faturas e propostas comerciais apresentadas às farmácias por dezenas de empresas nacionais e importadoras, na sua maioria estranhas ao mercado de produtos farmacêuticos", adianta a ANF, revelando que há propostas às farmácias de "frascos de 30 mililitros de álcool em gel a serem vendidos a 5 euros, máscaras entre 7 e 38 euros, garrafões de cinco litros de desinfetantes a 79 euros e termómetros a 97 euros".
“Num gesto inédito", a ANF diz que recomendou às suas 2.750 farmácias associadas que pratiquem margens de comercialização até ao limite de 17,5%, que se aplica aos medicamentos sujeitos a receita médica comparticipados.
"Sendo a margem legal das farmácias portuguesas a mais baixa da Europa, será inequívoco o contributo responsável e transparente da nossa rede no combate à pandemia", realça o documento.
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