Bernardo Gaivão, de 31 anos, é um português que está ‘preso’ nas Honduras, um país que decretou lei marcial, todas as fronteiras estão fechadas e o exército está a policiar as ruas, na sequência da pandemia de covid-19.
Atualmente, está numa ilha onde as infraestruturas são muito poucas, não há sequer um hospital para uma situação de emergência. Tem procurado informações e apoio junto da diplomacia portuguesa, mas tem de o fazer junto da Embaixada Portuguesa no México, pois Portugal não tem representação naquele país da América Central.
Bernardo, que trabalha numa empresa americana que gere grupos de estudantes de medicina a estagiar em Portugal e que estava na ilha a tirar um curso de instrutor de mergulho, queixa-se da atuação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que criou uma linha – mail e telefone – para o assuntos de covid-19 dedicada a portugueses no estrangeiro, mas que não responde, ou se o faz não é em tempo útil, ou sequer uma resposta eficaz.
Canadianos e norte-americanos têm feito voos de repatriamento quase todos os dias, conta, sublinhando que pelo contrário, “A União Europeia não tem mexido um dedo para ajudar as pessoas”.
Sente-se “confuso e francamente desiludido” com o país, cujo representante máximo da diplomacia portuguesa todos os dias diz publicamente que a prioridade é o regresso dos portugueses.
“Não tenho alternativa a partilhar a minha história, porque de facto a resposta tem sido mesmo muito má”, explica Bernardo.
“Aliás, hoje de manhã recebi um email muito agressivo da parte da linha covid do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, conta, e continua: “A primeira resposta que a linha de covid do MNE me deu foi um email a dizer: ‘Nós não somos uma Agência de viagens’. Eu sei que não são uma agência de viagens, se eu precisasse de uma agência de viagens, era quando as fronteiras estavam abertas e nesse caso eu não teria um problema”.